O BATISMO
O que é o batismo nas águas? Por que o fazemos? Como deve ser ministrado, quando e para quem?
SELO DA FÉ
O batismo deve ser visto como um selo da justiça que vem pela fé:
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.15,16).
Esta é a razão porque não batizamos e nem tampouco validamos o batismo de crianças; é necessário crer primeiro e então se batizar. Obedecemos o princípio bíblico de consagrar os filhos ao Senhor, mas só os batizamos depois que puderem crer e professar sua fé.
É UMA IDENTIFICAÇÃO COM CRISTO
É o aspecto da fé que nos faz ver que YESHUA (Jesus) assumiu a nossa posição de pecado, para que assumíssemos a posição de justiça d’Ele (2 Co 5.21). A Bíblia declara o seguinte: “Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, no Eterno” (Cl 3.3). Quando o Eterno nos olha, ou Ele nos vê sozinhos em nossos pecados, ou nos vê através de YESHUA (Jesus Cristo), que já pagou por eles.
A fé nos coloca com YESHUA (Jesus) na cruz, crucificados com Ele; nos coloca no túmulo, sepultados com Ele; nos coloca ainda nos céus, à direita do Eterno, ressuscitados com Cristo! É quando nos vemos n’Ele, entendendo o sacrifício vicário do Filho do Eterno, que passamos a ter direito ao que Cristo fez; esta é a hora do segundo passo: apropriação.
Apropriação é o aspecto da fé que torna meu aquilo que já vi realizado em YESHUA (Jesus ).
“Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em YESHUA, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos para a glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6.3,4).
Quando imergimos alguém na água, estamos simbolicamente declarando que esta pessoa foi sepultada com YESHUA, e ao levantarmos esta pessoa das águas, estamos reconhecendo que ela já ressuscitou com Cristo para viver uma nova vida. Portanto, o batismo é onde reconhecemos que tipo de fé temos; uma fé que se identifica com Cristo e sua obra realizada na cruz.
COMO SE BATIZA?
A palavra “baptismos” no grego significa: “imergir; mergulhar; colocar para dentro de”. No curso da história, por várias razões, apareceram outras formas de batismo, como aspersão e ablução (banho); entretanto, como o batismo é uma identificação com Cristo em sua morte e ressurreição, e é exatamente isto que a imersão significa, não praticamos outras formas de batismo.
Quando Felipe batizou o etíope, eles pararam em um lugar onde havia água. A Bíblia diz que ambos entraram na água (At 8.38,39). Certamente aquele eunuco viajava abastecido com água potável; se fosse o caso de praticarem a aspersão havia água suficiente naquela carruagem para isto, mas batizar é imergir! Não foi à toa que João Batista se utilizou do rio Jordão para batizar. Depois, mudou o local de batismo para Enom, perto de Salim, e razão para isto é descrita pelo apóstolo João em seu evangelho: “porque havia ali muitas águas” (Jo 3.23).
Além da água, é necessário alguém que ministre o batismo ao novo-convertido, uma vez que não existe auto-batismo na Bíblia. YESHUA mandou fazer discípulos e depois batizá-los.
O BATISMO EM NOME DE JESUS ( YESHUA )
O Senhor YESHUA, logo após a Sua ressurreição, apresentou-Se aos Seus discípulos e a outros seguidores por um espaço de 40 dias, falando a respeito do Reino do Eterno (Atos 1:3). Durante esses encontros Ele fazia questão de lembrá-los das coisas que lhes havia ensinado enquanto ainda estava com eles.
Depois de ter trazido à memória todas as passagens que falavam a Seu respeito nas Sagradas Escrituras, o Senhor YESHUA abriu-lhes “o entendimento para compreenderem as Escrituras; e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; e que em Seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.” Lucas 24:45-47.
Esta ordem de YESHUA foi fielmente cumprida por Seus discípulos. No dia de pentecostes, quase três mil pessoas em Jerusalém (Atos 2:41) atenderam o seguinte convite do apóstolo Pedro:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de YESHUA, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38.
Há, no entanto, uma controvérsia nos meios teológicos sobre esta questão, pois em Mateus 28:19 está escrito que o Senhor YESHUA deu aos Seus apóstolos a missão de irem por todo o mundo e fazerem discípulos, “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”
Para os estudiosos das Escrituras Sagradas é bastante intrigante encontrar no Novo Testamento duas fórmulas batismais completamente opostas, ou seja, uma ordenando o batismo em nome de YESHUA e uma outra ordenando o batismo em nome de uma trindade.
O tema levanta uma série de questões interessantes. Por que a fórmula de Mateus 28:19 não foi aplicada pelos apóstolos? Por que o batismo em nome da trindade aparece explicitamente apenas em um único texto no evangelho de Mateus, e não aparece nos demais evangelhos e em nenhuma das epístolas?
Para que este assunto seja entendido, faremos uma profunda investigação à luz da Palavra do Eterno um estudo no campo histórico sobre fatos que ocorreram nos primeiros séculos da era cristã.
II – A FÓRMULA BATISMAL NA ERA APOSTÓLICA
Os registros bíblicos confirmam que na época dos apóstolos o batismo por imersão era sempre ministrado “em nome de YESHUA”. No livro de Atos encontramos quatro eventos em que esta fórmula batismal foi claramente exposta pelos apóstolos:
1) ATOS 2:38
A primeira ocasião em que se menciona o batismo em nome de YESHUA ocorreu no dia de Pentecostes.
“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de YESHUA, para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38.
2) ATOS 8:16
A próxima referência ao batismo em YESHUA ocorreu em território não judaico. A missão de pregar o evangelho havia acabado de entrar no segundo estágio prescrito por YESHUA em Atos 1:8 – Judéia e Samaria (Atos 8:1).
O evangelista Filipe prega o evangelho (Atos 8:5,12) e os samaritanos aceitam a mensagem com fé e alegria (Atos 8:8,12), sendo posteriormente batizados em nome do Senhor YESHUA:
“…mas somente tinham sido batizados em nome do YESHUA.” Atos 8:16
3) ATOS 10:48
A terceira referência ao batismo em nome de YESHUA é de tremenda importância no contexto geral do livro de Atos. O episódio ilustra o enorme desafio enfrentado pela igreja primitiva: a inclusão dos gentios em uma comunidade de discípulos que, a essa altura, era quase inteiramente judaica. Estavam ali reunidos: o gentio Cornélio, seus parentes e amigos mais íntimos (Atos 10:24). Em seguida o apóstolo Pedro declara que todo o que crê em YESHUA receberá a remissão dos pecados pelo Seu nome. Para que esta promessa pudesse se concretizar, o apóstolo Pedro mandou “que fossem batizados em nome de YESHUA.
4) ATOS 19:5
A última referência ao batismo em nome de YESHUA é registrada num contexto muito excepcional. O apóstolo Paulo cumpre sua missão de pregar o evangelho em Éfeso, em sua terceira investida missionária à Ásia Menor. O avanço da pregação do evangelho alcança a sua última etapa prescrita por YESHUA em Atos 1:8, num contexto geográfico para aquela época – (“até os confins da terra”). Paulo encontrou em Éfeso alguns discípulos que passaram pelo batismo de João (Atos 19:3). Após ouvirem a mensagem do apóstolo Paulo, eles “foram batizados em nome do Senhor YESHUA”. Atos 19:5. A partir de então a nova conexão deles com Cristo e o seu compromisso com Ele tornaram-se explícitos.
III – PROVAS HISTÓRICAS E A CONTROVERSA PASSAGEM DE MATEUS 28:19
O texto em questão diz o seguinte: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28:19.
Esta citação é única e isolada na Palavra do Eterno. Os teólogos são unânimes em concordar que não devemos apoiar nossa fé em ensinos que têm por base um texto isolado nas Escrituras Sagradas. Além de ser um texto único e isolado, provamos que não há um único registro nas Escrituras Sagradas de os apóstolos terem se utilizado desta fórmula.
O que dizem algumas fontes históricas acerca desta controversa passagem bíblica?
“A fórmula batismal foi mudada do nome de YESHUA (Jesus Cristo) para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no segundo século.” Enciclopédia Britânica, 11ª. Edição, volume 3, pp. 365 e 366.
“Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em nome YESHUA ( Jesus Cristo.”) Enciclopédia Britânica, 11ª. Edição, volume 3, p. 82.
“É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula (Pai, Filho e Espírito Santo) reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar `no nome de YESHUA (Jesus)`… Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade.” (Grifo nosso) Comentário no rodapé da Bíblia de Jerusalém.
“A religião primitiva sempre batizava em nome do Senhor YESHUA( Jesus) até o desenvolvimento da doutrina da trindade no segundo século.” Enciclopédia da Religião – Canney, p. 53.
“O batismo cristão era administrado usando o nome de YESHUA( Jesus). O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em nome do Senhor YESHUA (Jesus) até o tempo do mártir Justino, quando a fórmula da trindade foi usada.” Enciclopédia da Religião – Hastings, vol. 2, pp. 377-389 (em inglês).
“A forma básica da nossa profissão de fé (Mateus 28:19) tomou forma ao longo dos séculos segundo e terceiro d.C. em conexão com a cerimônia do batismo. Trata-se originariamente de uma fórmula nascida em Roma.” (Grifo Nosso) Introdução ao Cristianismo – Capítulo 2, p. 82 (Autor: Cardeal Joseph Ratzinger – Atual Papa Benedito XVI).
No Compêndio da História da Igreja, de autoria de Frei Dagoberto Romag, Volume I, intitulado: A Antiguidade Cristã, impresso pela Editora Vozes, pp. 90-93 e 143-145, diz que a ordem do batismo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, saiu da pena de Tertuliano, no ano 197 d.C.
Podemos citar também Eusébio, bispo de Cesaréia. Ele é referido como pai da história da igreja, porque em seus escritos estão os primeiros relatos quanto à história do cristianismo primitivo. Ele possuía cópias do evangelho de Mateus, no idioma hebraico. Em seus escritos ele citava frequentemente as palavras de Jesus em Mateus 28:19, na versão original, da seguinte forma: “Ide fazei discípulos de todas as nações em Meu nome”. (grifo nosso) Eusébio de Cesaréia.- História Eclesiástica.- Livro III. 24.6. Segundo ele, o texto original não mandava batizar em nome da trindade.
IV – CONCLUSÃO
Logo após a ressurreição, o Senhor YESHUA se encontrou com os onze discípulos para lhes dar importantes instruções. Entre eles estava presente o apóstolo Pedro que ouviu atentamente aquelas instruções dadas pelo Mestre:
“E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos; e em Seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.” Lucas 24:46 e 47.
Em Atos 2:41-43 encontramos registrado a comprovação de que o Eterno abençoou a obra do apóstolo Pedro:
“ …Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. … Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos….E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.” Atos 2:41, 43.