O SHOFAR

O SHOFAR

O shofar é um dos mais antigos instrumentos de sopro utilizados pelo homem. Ao longo da história da humanidade, inventaram-se outros, mais novos, e os antigos foram sendo abandonados.
Entretanto, o shofar que hoje utilizamos é feito da mesma maneira que há milhares de anos. Na Torá, é mencionado pela primeira vez na passagem da Revelação Divina, no Monte Sinai, quando, no terceiro dia depois de Moisés ter descido: “houve uma nuvem pesada sobre o monte, e o som do shofar por demais forte, … fez estremecer todo o povo do acampamento”. E continua o relato bíblico, mais à frente:… “o som do shofar foi caminhando e aumentando muito; e Moisés falava e D’us lhe respondia através do som”.
Foi também ao som do shofar que caíram as muralhas de Jericó, a primeira cidade conquistada pelos Filhos de Israel depois de 40 anos no deserto. Na Antiga Israel, costumava-se tocar o shofar em várias ocasiões. Era usado para proclamar notícias alegres de paz, assim como para alertar sobre perigos iminentes ou conclamar à guerra. Durante as batalhas, o som da Teruá vinha forte a simbolizar o triunfo.
Num primeiro momento, os soldados de Israel tocavam este som de forma quebrada para intimidar o inimigo e, em seguida, tocavam-no com força, anunciando a vitória.
Na porção da Torá que se lê no segundo dia de Rosh Hashaná, sobre esse sacrifício, no momento em que parecia certa a sua morte, um anjo de D’us chama, dos Céus, dizendo a Abrahão: “Não estendas tua mão contra o rapaz, pois agora sei que és um homem temente a D’us”.
Então, ao erguer seus olhos, Abrahão vê um carneiro preso pelos chifres, num galho próximo. Toma-o e, em seguida, oferece-o como sacrifício em lugar de seu filho”. O Talmud nos ensina que D’us considera como se Itzhak tivesse sido sacrificado, pois, aos olhos do Eterno, a intenção sincera e honesta equivale a uma ação.
Em Rosh Hashaná, quando cada um de nós está sendo julgado por D’us, tocamos o shofar para invocar os méritos de Itzhak, como fonte de bênção e proteção para nós, seus descendentes. Pois o Eterno nos disse: “Façam soar para Mim um shofar feito de chifre de carneiro e Eu me lembrarei do sacrifício de Itzhak, em seu favor, e pensarei em vocês como se também estivessem prontos a oferecer suas vidas a Mim”.
Os diferentes sons do shofar
Tocar o shofar não é tão simples quanto tocar uma trombeta ou outro instrumento de sopro. O homem encarregado de tocá-lo, o Baal Tokêa, precisa comprimir os lábios de uma tal maneira que é difícil até para os mais experientes. É comum fazerem-se várias tentativas antes de conseguir o som correto. Antes de tocar, o Baal Tokêa recita as bênçãos em nome de todos os presentes. É importante que a congregação escute o som do próprio shofar e não o seu eco, pois se apenas ouvir o eco, não terá cumprido a mitsvá do shofar. Este som não deve apenas ser ouvido, mas também compreendida e cumprida a sua mensagem. Por esta razão, ao seu toque devemos permanecer em silêncio, compenetrados.
Sobre o poder do toque do shofar, ensina o Baal Shem Tov: “No palácio real há muitos cômodos, cada um com uma chave própria. Há uma chave, no entanto, um único instrumento, que abre todas as portas – é o machado. O shofar é um machado. Quando uma pessoa, arrebatada pela paixão, desmonta seu coração diante do Todo Poderoso, ela consegue pôr abaixo qualquer dos portões do palácio do Rei dos Reis, Melech ha-Melachim, o Santo, Bendito é Ele”.
Três sons característicos compõem os toques do shofar: Tekiyá, Shevarim e Teruá. O primeiro, Tekiyá, é um som contínuo, como um longo suspiro, e simboliza o amor do Eterno por Israel. Anuncia também a coroação de D’us como Rei do Universo.
Em Rosh Hashaná celebra-se a criação de Adão, que imediatamente proclamou D’us como o Rei do Universo e, a cada novo ano, o som do shofar proclama que Ele é nosso Rei. O segundo tipo de toques, chamados de Shevarim, são três sons interrompidos, como soluços.
Os sons entrecortados do shofar – Shevarim e Teruá – lembram suspiros e gemidos abafados que penetram no coração e servem para despertar a pessoa para o arrependimento e o retorno. Além de evocar e expressar sentimentos de profundo pesar pelas más ações que cometemos no passado, seus toques são uma conclamação às armas, como um tambor de guerra que confunde nosso inimigo interno e nos estimula a não desistir de nossa batalha espiritual.
Segundo Rashi, ao tocar o shofar, o povo judeu consegue apaziguar D’us, pois quando o Eterno ouve o som da Teruá e vê nosso arrependimento, Ele Se enche de compaixão por Seus filhos, levantando-Se do Trono da Justiça para Se sentar no da Misericórdia. Como a mensagem final é a do perdão Divino, o último som, a Tekiyá Guedolá, o grande toque, é bem longo. Este som não representa soluço, suspiro ou lamento, mas um grito de triunfo e alegria; pois estamos confiantes de que D’us tenha aceito o nosso arrependimento. Pode-se notar esta mesma expressão de alegria na melodia dos versos recitados logo após os toques. Enquanto os anteriores são solenes, os que os seguem falam da alegria e do alívio que brotam após um arrependimento sincero.
Quando se toca o shofar – seja durante o mês de Elul, em Rosh Hashaná ou em Yom Kipur, o número de toques ou o tipo de combinações de sons usados depende de interpretações e considerações sobre a Halachá, a Lei Judaica, e os costumes de cada comunidade. Várias comunidades, por exemplo, têm o costume de tocá-lo todo dia de manhã, após as orações matinais, durante o mês de Elul.
Nas Grandes Festas
Em Rosh Hashaná, o papel do shofar é tão fundamental que a festa é também chamada de Yom Teruá, o Dia do Toque. Pois é o seu chamado, o simples toque de uma trombeta, o que anuncia que “o Povo Eleito por D’us está coroando-O como seu Rei, anunciando a todos os seres vivos que… O Eterno, D’us de Israel, é Rei Majestoso e Seu Reino a tudo domina”.
Antes dos toques, recita-se sete vezes o Salmo 47. Segundo nossos sábios, este salmo não se refere somente ao Grande Shofar que será tocado pelo Mashiach, mas também ao tocado em cada Rosh Hashaná e que simboliza a redenção dos pecados da alma de cada ser humano. No texto do salmo, dois conceitos estão entrelaçados: o poder do shofar de inspirar os homens e o de despertar a Misericórdia Divina.
Aparece também no texto, por sete vezes, a palavra Elo-kim, que se refere à manifestação de D’us como o Dispensário da Justiça Severa.
Há diversas explicações para o toque do shofar no Dia do Perdão. Uma delas é que na Antiga Israel se tocava o shofar no Yom Kipur do ano de “Yovel”, o Ano do Jubileu, para anunciar que a partir daquele momento todos os escravos seriam libertados e as dívidas, canceladas.
Portanto, em cada Dia do Perdão tocamos o shofar, símbolo de nossa esperança de que logo chegue o dia em que o Grande Shofar anuncie a vinda do Mashiach e, com ela, a nossa verdadeira liberdade.
NÓS DA ADORADORES TOCAMOS SHOFAR, EM Rosh Hashaná LEMBRANDO QUE O REI YESHUA ESTÁ VOLTANDO, DECLARAMOS A TODOS NESTE DIA QUE COMEMORAMOS A CRIAÇÃO FEITA PELO ETERNO, O SOM É LITERALMENTE UM DESPERTAR DO POVO.

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