Parashat Mishpatím ´´Julgamentos “

Parashat Mishpatím ´´Julgamentos “

Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça.
Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher sairá com ele.
Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá sozinho.
Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair livre,
Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.

Êxodo 21:2-6
Para entendermos o que era a escravidão que o texto Bíblico se referia, primeiro temos que distinguir entre a instituição do עבד עִבְרִי eved Ivri – o servo Hebreu, e o עבד כנעני eved Cana’ani – o Cananita (o escravo não Hebreu).
Eved ivri – o servo hebreu
Um “Eved Ivri” não é um escravo no sentido clássico da palavra. Ele ocupa uma posição muito mais próximo a um servo contratado, um indivíduo que vende seu trabalho braçal por um período definido de tempo.
E há leis bíblicas, específicas que regem o status de um “eved ivri”:
“Quando também teu irmão empobrecer, estando ele contigo, e vender-se a ti, não o farás servir como escravo. Como diarista, como peregrino estará contigo; até ao ano do jubileu te servirá; Então sairá do teu serviço, ele e seus filhos com ele, e tornará à sua família e à possessão de seus pais.” Levítico 25:39-41
• 1 – Um indivíduo se tornava um “eved ivri” apenas por duas razões:Ou em caso de estar tão empobrecido, que não tinha mais condições de sustentar a si mesmo e a sua família, ou ele foi condenado por crime de roubo e não tem condições de restituir o que roubou.
No primeiro caso, a pessoa vende a si mesmo em עבדות avdut (servidão) para conseguir as provisões necessárias a sua própria sobrevivência. No segundo, a corte judicial é quem o vende.
Os recursos advindos do seu trabalho serviam para pagar as suas dívidas.
Um “eved ivri” não é um objeto possuído por seu dono. Ele simplesmente vendeu os direitos de seu trabalho braçal até o fim do período de sua servidão.
E aquele que foi vendido por uma corte judicial, poderia ficar no máximo seis anos em servidão.
“Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça.” Êxodo 21:2
Se o יובל Yovel – Ano Jubileu, caísse em qualquer parte do período de servidão, o “eved ivri” tinha que ser libertado.
“Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, E santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será” Levítico 25:9-10
Essa era a Lei do shemitah, quando todas as dívidas eram perdoadas e os escravos eram libertados.
Mas Deus providenciou o Messias, Jesus, para nos libertar desta escravidão, e agora somos feitos servos de Deus.
“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. João 8:34 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8:36
Eved canaani – o escravo não hebreu
Aparentemente a Bíblia aceita a existência da “escravidão clássica”, dentro da sociedade hebraica. Porém, por meio de uma sofisticada rede de mandamentos, a Lei judaica estabelece de fato uma “escravidão diferente”.
Quando da aquisição de um escravo não hebreu, o seu senhor deveria apresentar aquele escravo a possibilidade dele passar por um processo de conversão, que permitiria que ele entrasse na sociedade hebraica l’shem avdut – por meio da servidão.
Se o escravo concordasse, então ele seguiria passa a passo em rumo a conversão total ao judaísmo. Essa conversão elevava o status do escravo, tornando-o oficialmente um eved canaani.
E um “eved canaani” tinha suas obrigações, mas também gozava da plena proteção da Lei de Deus, e dos privilégios relativos ao seu status.
Havia diversas recomendações na halachá (o conjunto de Leis judaicas), com obrigações éticas de tratar um “eved canaani” com bondade e consideração.
Seus mestres não podiam nem mesmo envergonhá-los em público. Nas refeições, eles deveriam ser os primeiros a serem servidos. Ninguém podia insultá-los. Eles possuíam direitos que em outras culturas não teriam jamais.
Mesmo não tendo o total status de um cidadão hebreu, ainda assim um “eved canaani” fazia parte dessa sociedade, e como membro dela recebia a possibilidade de conhecer o Deus de Abraão, Isaque e Jacó – e de fazer parte do pacto e da aliança com Deus.
Não se pode ignorar que o mundo daquela época praticava a escravidão. Todas as nações em volta de Israel tinham seus escravos. E nessas nações, os escravos eram tratados como mera mercadoria, com brutalidade e horror e crueldade.
Permitindo que os Israelitas adquirissem estes escravos, Deus fazia com que esses homens e mulheres que não possuíam mais a sua própria vida, agora pudessem ter nova esperança, ao encontrar o Deus de Abraão e entrar em uma aliança com Ele.
Isso era parte da promessa que Deus havia feito com Abraão:
“em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gênesis 12:3

A palavra que do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez aliança com todo o povo que havia em Jerusalém, para lhes apregoar a liberdade;
Que cada um despedisse livre o seu servo, e cada um a sua serva, hebreu ou hebréia; de maneira que ninguém se fizesse servir deles, sendo judeus, seus irmãos.
E obedeceram todos os príncipes, e todo o povo que havia entrado na aliança, que cada um despedisse livre o seu servo, e cada um a sua serva, de maneira que não se fizessem mais servir deles; obedeceram, pois, e os soltaram,

Jeremias 34:8-10
a) Encontramos também aqui em Jeremias uma ordenança para que se soltasse os escravos, embora o texto afirma que os príncipes depois os trouxeram de volta e foram punidos pelo Senhor.
b) A punição veio devido a desobediência as suas leis.
c) Eles iriam para a escravidão na Babilônia por não cumprirem os mandamentos e por escravizar o povo.

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus;
Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti.
Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.
Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.
E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.

Marcos 1:1-5

a) Encontramos o chamado de João para libertar o povo da escravidão do pecado
b) O profeta prega arrependimento através do batismo
c) Não poderia ser somente uma imersão ,teria que haver atos que demonstrassem esta mudança…

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