Festa de shavuot ( Pentecostes )

HAVUÔT – A FESTA DAS SEMANAS

Dentre as festas do calendário bíblico/judaico, SHAVUÔT (semanas em hebraico, ou pentecostes, em grego), é a quarta festa. Vejamos o que diz a palavra:
“… contarei para vós, desde o dia depois do Sábado, isto é, desde o dia em que houverdes trazido o molho da oferta de movimento, sete semanas inteiras; até o dia seguinte ao sétimo Sábado, contareis cinqüenta dias; então, oferecereis nova oferta ao Senhor. Das vossas habitações trareis, para oferta de movimento, dois pães de dois décimos de efa; serão de flor de farinha, e levedados se cozerão; são as primícias do Senhor. Com os pães oferecereis sete cordeiros sem defeito, de um ano, um novilho e dois carneiros; serão holocausto ao Senhor, com as respectivas ofertas de cereais e de libação, por oferta de cheiro suave ao Senhor. Também oferecereis um bode para oferta do pecado, e dois cordeiros de um ano para sacrifício de ofertas pacíficas. Então o sacerdote os moverá, juntamente com os pães das primícias, por oferta de movimento perante ao Senhor, com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor para uso do sacerdote. E fareis proclamação nesse mesmo dia, pois tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas habitações pelas vossas gerações…” (Levítico 23:15-21)
É incrível como a Palavra de D-us é complexa e profunda, cheia de detalhes. Na Festa dos Pães Ásimos (Matzôt), D-us mandava contar sete dias até a Festa de das Primícias (Bikurim). Agora, D-us manda o povo judeu contar sete semanas inteiras até que se complete o qüinquagésimo dia, o Dia de Pentecostes. Se prestarmos bem atenção, as festas judaicas representam nossa caminhada com o Eterno. Sabemos que todas as Festas falam da pessoa do Messias. Vimos que nas três primeiras Festas (Pêssach, Matzôt e Bikurim), era-nos apresentada a pessoa do Messias ressurreto, ou seja, aquele que ressuscitou dos mortos e agora está vivo. Sua obra redentora está presente em nós. Ele nos resgatou da vida de pecado, tem nos libertado ao longo desta caminhada pelo deserto.
O Eterno deseja agora, outra oferta de movimento – não estática, não morta. Ele pede, agora, que as duas medidas de dois décimos de um efa de farinha se transformem em dois pães, já levedados, prontos para se comer algo sólido. Se atentarmos para o detalhe espiritual, podemos concluir que o Senhor agora deseja seguidores maduros na fé. Os dois pães levedados, isto é, fermentados, falam da contaminação, do pecado. Eu, particularmente, creio que os dois pães maduros que o Eterno deseja são a Igreja e Israel: dois povos salvos, sendo uma só família de D-us. Judeus e gentios em um só corpo de Yeshua Ha Mashiach.
O crente, na vida real, recebe o Messias como seu salvador pessoal e continua sua vida normal no deserto (mundo). Ou seja, Yeshua orou ao Pai para que não nos tirasse deste mundo, mas para que fôssemos sempre livres da tentação e para que vencêssemos o mundo. Há algo muito grande além da fé em Yeshua e de ter a vida eterna. D-us quer que desenvolvamos a salvação de nossa alma (mente, personalidade, caráter, emoções etc.) – Fp. 2:12. Ele, Yeshua, virá buscar uma noiva madura para desposar com ela e, com certeza, Ele não se porá em jugo desigual com esta noiva. A noiva tem que ter o caráter dEle, o jeito dEle, e, sobretudo, a santidade dEle. Por isso, Ele quer uma noiva que seja nova (SEM RUGAS) e sem defeito. Em outras palavras, crentes e filhos maduros que, sendo santos e totalmente separados para Ele, vivam, ainda neste mundo maligno, para testemunhar e glorificar o nome do nosso amado Messias.
Mas, quem irá nos capacitar para que vivamos nesta boa performance de vida? Ah! Só pode ser o próprio Rúach Há Kôdesh (Espírito Santo de D-us), aquele que nos ensina, exorta-nos, consola-nos e nos mostra os detalhes da pessoa do noivo. Agora, entendemos o porquê dos dons do Espírito Santo. Ele nos outorga capacidade e poder para sermos vitoriosos nesta vida, vencendo o pecado, derrotando o mal, testemunhando da glória e profetizando o amanhã, já escrito e determinado no coração do Eterno.
No capítulo 23, verso 18 do livro de Levítico, vemos que D-us, agora, deseja sete cordeiros como oferta. Isto mesmo, sete! Sabemos que o número sete fala da plenitude de D-us, daquilo que é perfeito, completo. D-us está, nesta festa de Shavuôt, revelando-nos um Messias perfeito, completo, inteiro para nós para que, ao mesmo tempo, nós sejamos semelhantes a Ele. A presença de um novilho fala de uma Festa de alegria. Os dois carneiros falam da perfeição e da beleza do caráter de Yeshua reveladas pelo Espírito Santo. As ofertas queimadas, com cheiro suave, indicam a aceitação do Senhor, purificando e qualificando a Igreja, pois, em Pentecostes, recebemos os dons do Espírito Santo justamente para nos ajudar e nos capacitar a sermos filhos maduros. Mas, por que a presença de um bode? O bode, na Bíblia, fala sempre da necessidade de expiação de pecados. Mesmo o crente batizado pelo Espírito Santo está vulnerável à queda e ao pecado, embora não tenha mais a natureza do pecado. Por isso, é necessário expiar, arrependermo-nos constantemente pelas nossas faltas e pecados.
O Sefirát Ha Omêr, na língua hebraica, significa a contagem dos cinqüenta dias desde Pêssach, até a oferta de Shavuôt. No judaísmo, a palavra Omêr significa, na linguagem espiritual, um período necessário para se assumir a liberdade conquistada. Na Páscoa, fomos libertos da escravidão. Mas é importante e necessário nos conscientizarmos de que realmente somos livres, pois liberdade é, também, uma expressão de pensamento. Podemos estar livres fisicamente, mas mentalmente presos na alma. O que o Senhor Echád (Único) de Israel está querendo nos dizer?
EM SHAVUÔT, LIBERTA-SE PARA SERVIR

É isto mesmo! Assim como, na Festa da Páscoa, tomamos posse de que somos libertos da escravidão do pecado, assim também, após a contagem de Sefirát Ha Omêr, devemos tomar consciência de que, agora, o Senhor deseja nossa libertação para servi-Lo. Isto mesmo. Se D-us estivesse interessado somente na nossa vida eterna, bastaria que nos convertêssemos hoje e morrêssemos amanhã. Do contrário, por que estaríamos celebrando, a cada ano, nosso aniversário de conversão? D-us quer filhos maduros (Rm. 8) e, por isso, Ele nos presenteia com os dons do Espírito Santo, os quais nos capacitam quer individualmente, quer como uma Igreja madura. No final das contas, o que o Eterno deseja são os frutos do Espírito mencionados em Gálatas 5:22, os quais sumarizam nossa maturidade e qualidade de fé.
Assim, só podemos celebrar a Festa de Shavuôt se tivermos tomado consciência das Festas passadas. O leitor, agora, pode entender a profundidade com que as Festas devem ser celebradas. Ai daquele que tomar as Festas como show, como um mero modismo ou como espetáculo, incluindo, até mesmo, lucros financeiros. O Senhor é zeloso para com tudo isto que Ele mesmo tem revelado a nós. Glórias somente a Ele, o Altíssimo.
NA FESTA DE PENTECOSTES, COMEMORA-SE, TAMBÉM O CUMPRIMENTO DE Joel 3:1 – O DERRAMAMENTO DO RÚACH (ESPÍRITO)

Para os judeus, a Festa de Shavuôt celebra o aniversário da Torá, da Lei de D-us, dada a Moisés no Monte Sinai. Nós, crentes messiânicos, também celebramos o aniversário da Torá com alegria. Muito mais, celebramos o dia maravilhoso no qual, nesta Festa, a Igreja primitiva dos apóstolos recebeu o Espírito Santo do Pai. Ezequiel anunciou que D-us “poria seu Espírito sobre a casa de Israel”: “Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um Joel 3:1carne, para que andem nos meus estatutos…” (Ez. 11:19,20).
O profeta Zacarias recebeu a mensagem de D-us de como o Messias da Casa de Davi morreria por nossos pecados:
“E sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e súplicas; olharão para mim, a quem traspassaram…” (Zc. 12:10)
“Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza” (Zc. 13:1).
O profeta Joel profetizou que D-us prometia “derramar o Seu Espírito sobre toda a carne” – uma esperança para os crentes de todas as nações! (Joel 3:1). Estas promessas, quando cumpridas, introduzirão uma nova qualidade de vida e um novo estilo de vida na sociedade judaica e cristã.
Durante o ministério terreno de Yeshua, “o Filho de Davi”, (Mt 1:1; Rm. 1:3; II Tm. 2:8; Ap. 5:5), Ele confirmou a promessa do Pai a seus discípulos: “…o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas…ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 14:26; 16:13).
E antes do Messias subir aos céus, voltando ao Pai Celeste, Ele afirmou uma última vez:
“…determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do Pai, a qual , disse Ele, de mim ouvistes…mas recebereis poder, ao descer sobre vós o meu Espírito, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém , como em toda a Judéia e Samaria, e até nos confins da terra” (At. 1:4,8)
Resumindo
Shavuôt é uma ordenança do nosso D-us. E é uma grande bênção poder celebrar esta Festa, principalmente, quando se tem em mente que:
É um tempo de celebrar, clamar e receber de D-us o Fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, benignidade, domínio próprio, fé e mansidão;
É a festa do Espírito Santo. Porque, sem ele, nossa obra seria morta e seríamos, simplesmente, membros de mais uma religião qualquer no mundo;
Na Páscoa, lembramos o nosso novo nascimento no Messias; mas, em Shavuot, alegramo-nos pelos primeiros frutos de nossa conversão: o Fruto do Espírito, do batismo do Espírito Santo, dos dons Espirituais, da nossa mudança de atitude, do aperfeiçoamento do nosso caráter;
Celebrar Shavuot é reivindicar que nossa vida seja cheia do Espírito Santo, o qual nos revela, cada vez mais, a pessoa do Messias sendo formada em nós;
Na Festa de Pesach (Páscoa), nós nos libertamos DE algo que nos prendia. Em Shavuot, nós nos libertamos PARA servir a D-us.
A nós, como a noiva do Messias, sendo embelezada e ataviada pelo próprio Espírito Santo de D-us, só nos resta o caminhar seguro na esperança daquele dia em que todos nós o veremos face a face, celebrando as Bodas do Cordeiro

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