amor aos inimigos
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” (Matityahu/Mateus Mateus 5:43-44).
Ao ler este texto, teólogos desavisados afirmam que a Torá ensinava tanto o amor ao próximo como o ódio aos inimigos, e que Yeshua veio para mudar este panorama, lecionando que seus discípulos amassem a todos, inclusive os inimigos. Eis o erro destes teólogos: a Torá do ETERNO determinou o amor a todos os homens, e nunca prescreveu o ódio aos inimigos. O ódio não vem da Torá, mas de religiosos que deturparam as palavras de YHWH.
Cita-se o que a Torá receita sobre o amor e o ódio:
“Não guardem ódio contra o seu irmão no coração; antes repreendam com franqueza o seu próximo para que, por causa dele, não sofram as consequências de um pecado.
Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou YHWH.
(…)
O estrangeiro residente que viver com vocês deverá ser tratado como o natural da terra. Amem-no como a si mesmos, pois vocês
foram estrangeiros no Egito. Eu sou YHWH, o Elohim de vocês.” (Vayikrá/Levítico 19:17,18 e 34).
Comprovou-se acima que a Torá ensina amar o próximo como a si mesmo e proíbe o ódio, razão pela podemos voltar às palavras de Yeshua e fazer as seguintes interpolações entre colchetes:
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo [tal como consta da Torá em Lv 19:18 e 34], e odiarás o teu inimigo [este ‘mandamento’ não está na Torá].
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam … [porque estas regras decorrem das Escrituras: Lv 19: 34, Pv 20:22]” (Matityahu/Mateus Mateus 5:43-44).
A instrução de Yeshua sobre o amor ao próximo, extraída da Torá, se assemelha com o ensino farisaico do rabino Hilel (60 A.C a 9 D.C), que apregoou o amor a todos os seres humanos, inclusive aos inimigos. Compulse a Mishná:
“Hilel dizia: procurai ser como os discípulos de Aharon [Aarão], amai a paz, procurai a paz, amai as pessoas e aproximai-as da Torá.” (Avot 1:12)
Segundo Filo de Alexandria, o judaísmo praticado pelos essênios também enfatizava o amor:
“Nisso usam uma regra e uma definição tríplice, isto é: amor a Deus, amor à virtude e amor à humanidade” (Philonis Opera, Ed. Mangey, London, 1742).
Assim, o professorado de Yeshua sobre o amor ao próximo como a si mesmo possui respaldo na Torá (Lv 19:18), e recebeu desenvolvimento doutrinário em período anterior à vinda do Mashiach, destacando-se as lições da Escola de Hilel e do Judaísmo essênio.
Destarte, após a investigação das seis pseudo contradições do magistério de Yeshua, chega-se ao seguro entendimento de que as palavras do Mashiach não violaram a Lei de Moisés, e sim a explicaram de acordo com a melhor doutrina do Judaísmo do período do Segundo Templo.